Não Gosto (XIII)

Não gosto de CASAMENTOS. Acho-os uma tremenda mentira e uma imposição absurda. Quando duas pessoas casam, deixam implícito que nunca mais nas suas vidas encontrarão alguém de que gostem mais do que as pessoas com que casam e, no dia a seguir, eu posso subir a mesma rua, com toda a minha força mística, que a senhora que acabou de casar e os raios de poder que se libertam dos meus olhos podem mostrar algo a essa mulher com que ela nunca sonhou, LOGO NO DIA A SEGUIR! Durante a Lua-de-Mel, talvez! As pessoas não nascem umas para as outras, nascem todas para todas, para nos ajudarmos mutuamente a desenvolver-nos e não para nos fecharmos numa relação que destruirá as nossas vidas por meio de rotinas e quotidianos abomináveis. Para percebermos melhor quão mau é o casamento basta atentar nas semelhanças entre as palavras "casado" e "cansado", ou "married" e "worried".
Para além da ideia de casamento, detesto também as cerimónias através das quais as pessoas se unem estupidamente, trocando anéis e vestindo roupas ridículas enquanto obrigam amigos e familiares a dirigirem-se com eles a um lugar bonito e distante para lhes impingirem uma festa que na verdade é só um enterro duplo. As fotos de família e a felicidade fingida também são coisas que considero terríveis.

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