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A mostrar mensagens de abril, 2015

Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (28 de Abril de 2015)

Passeava lentamente no palco enquanto falava para uma audiência atenta, mas algo estranha como se tivesse eles estivessem demasiado atentos ao que eu estava a dizer. Quando a minha voz involuntária soou percebi que era uma mulher: - Eu costumo levar 50 paus, mas era um senhor prior... Eu fiquei intimidada e questionei-o acerca dos valores morais...ele disse-me que era um pároco na Igreja, enquanto professava, fora dela era um cidadão comum. Eu disse-lhe que ia com ele por cem e ele aceitou desde que eu fizesse tudo. Eu, aceitei a sua oferta, engraçando com a sua ingenuidade... Quem era ele? Neste momento estava incrédulo com o interesse que o público nutria pela minha bizarra história. Era tudo demasiado esquisito, parecia que havia uma armadilha escondida na sombra. Sem controlar o que dizia continuei. -Fomos para o Hotel e ele pediu-me para lamber. Nunca nenhum homem me tinha pedido semelhante coisa. Eu deixei porque quem estava exposto às hipotéticas doenças era ele. Então faz...

Profecias Atmosféricas (X)

Todas as cores parecem perigosas pontes de fuga, todos os pontos convergem e dão estranhas curvas recurvas onde se despistam as motas e os camiões dos homens que morrem estupidamente aqui e ali por razão nenhuma e continuarão morrendo até ao derradeiro morrer, com a colisão de estrelas, talvez, ou então, o decadente fim chegará à lei da bomba e acabará na Terra o Homem que viverá residualmente no espaço e por pouco tempo. Assim que colidam os mundos sopra a trombeta da fé nas planícies férteis!

O Amor é um Possível Criador

Todos os seres vivos unidos, com as suas particularidades únicas e passageiras, explosões efémeras de existência sob biliões de formas, habitando desertos e montanhas, vales e oceanos debaixo de um Sol que brilha como um Deus-Luz, enchendo de iluminações todos os cantos recônditos, são uma só força bioquímica imensa; temos de respeitar todas as formas de existência para podermos estar unidos ao Criador, aquele que tudo fez e que se conseguiu auto-conceber a si próprio. Este Criador não é nenhum Deus barbudo habitando os céus e impondo leis às criaturas que supostamente inventou, mas sim o AMOR, que se gerou a si próprio e que através de si gera vida, permitindo-nos continuar esta marcha de seres viventes até ao infinito. Tutti gli esseri viventi uniti con le loro caratteristiche uniche e transitorie, esplosioni effimere di esistenza sotto miliardi di forme, che abitano i deserti e le montagne, vallate e oceani sotto un sole che brilla come un Dio-Luce, riempiendo ogni angolo

Não Sei o que Somos ou fomos

Hoje não sei o que fomos ou somos O rio que finalmente corria De súbito parou Toda a vida estagnada Na água imobilizada O silêncio aterrador Pairando nos lugares onde fomos felizes Aumenta a pena e a tristeza que sinto por mim próprio Tão confortável comiseração de mim mesmo Uma praia livre onde posso existir descansado para sempre Sem a memória de recordações Sem a memória de recordações Sem que os acontecimentos inexplicáveis E os grandes desentendimentos Surjam como magníficos fantasmas monstruosos Gigantescas sombras na vida Sombras sem fim onde caminharia para sempre Sem luz Nadir Veld

Infernos estrangeiros

Per me se va ne la città dolente Per me se va ne l'etterno dolore Per me se va tra la perduta gente Lasciate Ogne esperaza voi qu'intrate (These are the gates of the world These are the gates of the world) Starlords, empire builders, imposed this language We use it 'til it fades Crushed Material torn the conquest False start Try Again? New Hell All New Hells For Here You Go To The Forgotten Kingdom For There You Go to The Eternal Walk  Así se va como en infierno claro, Mañanas esperando hacia el nuevo Infernos diferentes fechados na linguagem Diferente mas infernal igual Espasmos de nada até ao Inferno final

Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (14 de Abril de 2015) P

Estava numa loja de conveniência de indianos a comprar uma garrafa de Vodka quando vi alguns jovens partirem desanimados, depois de o vendedor ter rejeitado vender-lhes uma cerveja, por causa da sua idade. Peguei em mais uma garrafa e paguei sem agradecer, lançando ao lojeiro um fulminante olhar de raiva. Era óbvio que lhes ia dar a garrafa, quis deixar-lhe isso claro, por isso disse-lho. Porque tinha eu direito a duas garrafas e os jovens direito a nada? Era uma injustiça e para além disso percebia-se que eram rapazes com movida, se não conseguiam uma garrafa aqui, iam a outro sítio...Saí e fui ter com eles. Os três rapazes fitavam tristemente o chão e o seu olhar parecia perdido, como se lhes tivessem tirado de um momento para o outro a estrada que percorriam. Não tinham onde ir, uma vez que o seu futuro lhes fora negado. As suas lágrimas contidas a cada semelhante injustiça silenciavam a verdadeira revolta que lhes ardia nas almas. Aproximei-me deles e sorri. Tirei uma das garrafas

Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (21 de Abril de 2015)

Enquanto regressava à Catalunha não pude deixar de pensar nesta miserável cadeia de coincidências em que prendo alguns inocentes a caminho de uma morte que não posso prever. Ontem escrevia a história que eu queria mostrar aos portugueses sobre menores de 18 anos a beberem e a divertirem-se à grande, aproveitando ao máximo o que a cidade tem para oferecer...O Joan, um desses garotos, tinha uma faca de Mato, cuja serrilha, e eu cito o que escrevi ontem "me arrepiou". Hoje acordei com notícias escandalosas dando conta de um homicídio trágico, nada mais nada menos que na Catalunha, onde toda a história se passou. Eu sinto-me ligado a essa mulher barbaramente assassinada por um menino tresloucado, que avariou da consciência e caiu no lado do mal, com apoio de certos Dinossaúrios de Biblioteca...Sinto-me culpado, pois previ este terror há uma semana e agora eu sinto o sangue a escorrer por todo o meu corpo, o sangue dos mártires silenciados a implorar perdão na antecâmara da morte.

Horas demoradas

Que a aflige nesta hora Quando o fim da agonia demora E a menina tanto chora Que passou agora Que o consolo não aflora Foi o amor que foi embora Ou está a alegria sempre fora?  Nadir Veld

Morremos sós, no momento em que nós...

Deixa-me morrer nas tuas asas Embalado pela essência das pazes Fugazes, mas libertadoras Nos efémeros espaços entre as guerras Passos para novas quedas no abismo negro Nas ruas caóticas de degredo desterrado Sem instantes límpidos a  fervilharem na sensação A passagem da mão e o latir do coração

Existência, para que serves traduzido para Italiano

Esistenza, che serve? Esistenza, si guarda negli occhi nel vecchio specchio polveroso, A che serve? Esisto in una forma insopportabile Racchiuso in un corpo che non ho scelto Mi sento un vuoto che si insinua la paura stessa I miei occhi si abbassarono a rifiutare la luce E si concentrano sulla presa in giro dell'abisso della Creazione Per la mia incredulità l'altro la mancanza di amore Mentre due soldati pronti a corrodersi dentro di me Due forze unite nella distruzione della vita Ingrandirsi l'amarezza accumulata E il ricordo dei sogni perduti In una sfilata infinita di rimorso e di dolore Una corrente furiosa trascina tutto e non si ferma mai Ma può rompere Quando finirà? Quando finirà? Nadir Veld Tradução de Luca Zambonin Poema Original de Nadir Veld: ` http://zenitsaphyr.blogspot.pt/2013/08/existencia-para-que-serves-caminho-para.html

Profecias Atmosféricas (IX)

Descem barcos carregados de Ouro Os Rios que vão para a Babilónia Não compensa o usufruto do Tesouro roubado Quanto em desgraça perturba a Cachimónia

Gosto (XXXVIII)

Gosto de ser abduzido. Que eu me recorde só por uma vez fui abduzido para uma nave espacial e pairei, voando no espaço durante a lenta Ascenção, sentindo a eternidade crescendo no meu peito à medida que subia e ele ficou leve como a pena mais delgada da mais delicada avestruz e pensei em planícies cheias delas debaixo de um céu laranja de fim de tarde e senti as torrentes desse dourado como um rio no meu prado, um Oceano no meu brado, nos meus nervos a pureza glorificada. Foi uma sensação maravilhosa, inesquecível e que eu gostava de repetir.

O Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (19 de Abril de 2015)

Venho a Portugal e vejo apenas notícias espalhafatosas nos jornais e velhos concentrados, lendo atentamente os pormenores do caso da professora suspensa por ter praticado sexo com um aluno....Suspensa?! Ridículas leis de forma fiel seguidas, cegas comparações e julgamentos...Essa professora certamente só queria o bem do aluno e dar-lhe tudo o que podia enquanto docente...devia ser louvada por não ser daquelas funcionárias frias, marionetas de um sistema cruel. As Inoportunas terão o céu e a eternidade. As Inovadoras morrerão. Outra Notícia: O Governo quer impor uma lei que impede os menores de adquirirem bebidas alcoólicas. Não há maneira nenhuma eles poderem beber até fazerem 18 anos! ahahaha. é daquelas leis tão absurdas que só serve para rir e fez-me lembrar um acontecimento recente na minha vida, que relatarei apenas porque li este notícia...Diz que os pais dos menores devem ser notificados caso eles sejam apanhados a beber, o que parece mesmo uma daquelas mentiras que os pais pre

Profecias Atmosfériacs (VIII)

Todas as tralhas espalhadas nas malhas Desorganizam e atrasam Os teus projectos enquanto os falhas O teu destino? As fornalhas

Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (4 de Abril de 2015) (P)

Travei bruscamente cedendo passagem a sua excelência o peão aluado, que apesar de estar fora da passadeira, continuou o seu caminho como se nada fosse, olhando para a merda do telemóvel, mesmerizado pelo brilho das suas informações irrelevantes. Só pouco antes de parar totalmente o meu camião e depois de ter buzinado é que ele se dignou a levantar a cabeça e a olhar para a estrada e para mim. Não protestei de forma veemente. Mostrei o meu desagrado e ele ouviu-me. Repito, não fui veemente nem mal educado. Estava apenas a zelar pela sua sobrevivência, para que tivesse cuidado. Senti um soco no estômago quando vi o seu braço direito erguendo-se, executando com a mão um gesto universalmente infame. O seu dedo do meio apontado para o céu indicava um ataque contra os próprios Elementos. Como podia um sacana fazer aquilo quando o podíamos legalmente tê-lo assassinado há 10 segundos? Ah, se vivêssemos num mundo com despeito-antecipado...Ainda assim reagi depressa. Na noite anterior tinha esta

Assim se Cumpre em Mim a Lei de Talião (Prólogo)

Quando o Espírito e o Corpo, cúmplices de flagelos condenáveis, se separam e o Espírito foge do carrasco que o aprisionara, o Corpo cai e as pessoas do Mundo Cognoscível louvam-no brevemente, escondem-no numa caixa como um anátema e põem-no debaixo da Terra. Fazem-no aterrorizados por não poder chegar à Alma, invisível e indetectável. A mim, no dia em que do meu corpo original me libertei, aconteceu o Inesperado, o Inacreditável, o Infinito: a entrada na Segunda Dimensão do Espírito onde carregamos os pesados fardos de que nunca somos libertados e a minha alma, como um sopro de ar, a canção da brisa e o eco da montanha, começou uma infernal jornada. Como se um peso me atacasse caí para os confins do mundo, de um buraco sem fundo e emprestaram à minha alma uma Sensação em Corpo no Submundo.

Mortos Recentes

Todos são lindos quando morrem Nem bem nem mal fazem Os corpos que agora desligados outrora roçaram a perfeição, Mas estão hirtos e frios Velados por lágrimas e soluços Que trepam pelo peito Garganta acima até ao medo Das mortes futuras E toda a recordação De tudo o que podia ter sido feito E não foi Alimenta o arrependimento e então o desgosto e a angústia estendem-se como um tapete de mar por um horizonte cinzento na noite cheia de estrelas moribundas Alvos Millar

O Tapar da Lua

ATENÇÃO! MAQUINARIA ESTENDE O TECIDO OPACO, MANTO NEGRO CRUZA E ENSOMBRA AS PLANÍCIES BRILHANTES. Está neste momento em curso uma acção hedionda não só contra o Homem e todos os seres vivos, mas também contra o planeta Terra e o seu regular funcionamento. Foi lançada há alguns meses, algures nas estepes cazaques, uma SONDA ESPACIAL com destino à LUA. Esta sonda foi financiada pelos SENHORES DO MUNDO, com dinheiro e outros apoios provenientes de vários países entre os quais os EUA, a China, a Coreia do Norte e, obviamente, a Rússia, que numa acção conjunta, prepararam UM VEÍCULO ESPACIAL, MAQUINARIA ALTAMENTE ESPECIALIZADA e UM GIGANTESCO MANTO NEGRO OPACO COM 37930000 QUILOMETROS QUADRADOS DE ÁREA, PARA COBRIR TODA A SUPERFÍCIE LUNAR! Foi num gigantesco hangar chinês que o tecido de uma só peça foi desenvolvido e armazenado enrolado com cerca de três milhares de trabalhadores num afã laborioso a desenvolverem um tecido extremamente espesso, de uma opacidade absoluta. SERÁ NUM DIA DE

Não sei que raio é isto

Em noites apertadas através do poeirento nevoeiro Provoco as vozes caladas, as mentes silenciadas E percebo os seus tormentos, as suas almas distanciadas Em dores imensas mergulhadas E os seus choros são os meus Enquanto o som do lamento ascende nas trevas Subindo e descendo estradas até as estrelas Venderem o seu brilho ao que passa à frente Dez segundos depois e a alegria do outro era a vossa Tarde demais e é tua a fossa Dementes andrajosos apareceram discutindo Em todas as ruas debateram E confrontaram-se uns com os outros Vi-os compararem os seus problemas E concluírem que o tamanho não era relevante Mas sim a forma e a quem o mostravam Alguns com dores maiores eram menos amparados Que outros, que com dores menores Clamavam pelo fim das calamidades Que cravejavam o seu destino de culpas e remorsos E eram ouvidos e tidos por desgraçados E acabavam por aceitar que a pena Até era um sentimento aprazível porque a carícia disponível Garantia um conforto doutro mod

Comiseração (X)

Hoje auto-castrei-me. Não suporto ser um possível progenitor, um responsável por uma vida na Terra. Sou um pedaço de merda tão deprimente que o maior favor que posso fazer à Humanidade e à Terra é não lançar por aí a minha semente conspurcada. Não quero ver a minha alma contaminada multiplicada.  Lancei a minha genitália para uma pequena fonte de jardim com peixes vermelhos. Sempre gostei de ver o sangue espalhar-se na água lentamente, líquidos misturados, mas fiquei surpreendido quando vi os peixes alimentarem-se fartamente do meu órgão. Depois de acabarem de o comer pareceram-me extremamente excitados e começaram a procriar entre eles, fazendo vibrar a água, que chegou mesmo a salpicar para fora da fonte, tal era o ímpeto selvagem dos pequenos animais. Até estes peixes vermelhos são mais felizes que eu. Foda-se. Agarrei a zona onde estivera o meu órgão e fui-me embora movendo timidamente as pernas. Nadir Veld

Gosto (XXXVII)

Gosto de desfazer rolhas de garrafas de vinho com os dedos enquanto me movo de forma sempre inquieta pelo apartamento e pelo tempo. Gosto da sensação da unha a enterrar-se no material e do cheiro com que fico na ponta dos dedos. Vou roendo a rolha com as unhas até que se desfaz num bocadinho pequeno e acaba. A inquietação aumenta e começo a a coçar os dedos...

O Cãozinho Riu

Sentado no seu tractor, Carlos sentia-se o imperador do mundo e não abrandava nunca, nem sequer lhe passava pela cabeça respeitar os sinais de conduta automobilística, muito menos os de moral. Atropelava os peões sem misericórdia e destruía todas as plantações dos sobreviventes, que, atormentados, faziam oferendas ao céu, implorando por alguém suficientemente corajoso para o enfrentar apesar da sua metrelhadora surreal. Do meio da multidão saiu Riu, um dachshund castanho, de pequeno porte, que num acto de imensa bravura, se lançou silenciosamente ao pneus anteriores da imponente máquina roendo incansavelmente. O Rei do Medo apontou a sua metralhadora ao cão para o ameaçar, mas era arma sem munição, pois Deus dá sorte à Razão. O Senhor do Caos Carlos, o conduto-canalha, fugiu com medo e, enxovalhado, retirou-se para as montanhas da Mongólia receando a ira vingativa do povo martirizado. O nobre cão foi abençoado com as maiores honras jamais oferecidas a qualquer Deus e foi louvada a sua