Gosto (XLI)

Gosto de destruição e caos, tragédias, holocaustos e dilúvios tais exibidos em obras fictícias. Como a maior parte das pessoas, procuro no mundo da fantasia imagens terríveis que ajudem a relativizar os problemas com que me confronto. Tudo na minha vida parece estar a correr muito bem depois de ver um episódio de Game of Thrones. As tragédias das personagens têm dimensões extraordinárias. Como suportar toda aquela dor, todo aquele sangue, todo aquele enclausuramento? Como pensar em viver na dor de não ter amor, quando nos televisores estrebucham de terror multidões? Sabe-nos bem ver escorrer o sangue falso e os assassínios secos e premeditadas, oh e como é belo ver as pessoas morrer dramaticamente, para as câmaras ou para as audiências, oh, como eu amo a mentira com que nos entretemos. Com as nossas histórias, todas as memórias, a marcarem passo na corrida do tempo, influenciando gerações, guiando-a alucinada, por vezes também para os campos de batalha.

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