Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (19 de Abril de 2016)

Ouve-o, ele é o Grande Maestro
Colocou as aves nas copas das árvores e fê-las voar com as primeiras canções


que orquestrou as primeiras trovejadas

Não sei o que fiz à pressa e devia ter feito lentamente nem o que fiz lentamente e devia ter feito à pressa. Se calhar ainda faço à pressa o que devia fazer lentamente e vou fazendo lentamente aquilo que devia fazer à pressa ou que devia até nem fazer, nem nunca ter feito, em altura da minha vida porque lhe chamamos (erronemente) tempo perdido, poupando (no futuro) e ganhando (no passado perdido) tempo para fazer o que tenho de fazer e o que deveria ter feito. Eu acho que o tempo não se perde nem se ganha, ele simplesmente continua numa corrente traiçoeira em que nos vemos à volta, sempre esperançosos.

Onde quer que tu estejas estás sempre a perder alguma coisa noutro lado.

Agora a casa está abandonada. Só eu estou nela agora, só eu estou nela agora, o que posso fazer quando todos os outros hóspedes me deixaram a possibilidade de nele dançar e tudo fazer, que fazer..a minha dúvida escreve-se e inscreve-se na impossibilidade de fazer seja o que for. Abro a janela e saio de maneira diferente. Abri-a e fi-lo, mesmo, agora e sempre naquele sozinho.

Eles alteraram todas as palavras, já adulteraram o seu sentido e agora tudo é aceite e encaixado . O pior é que o fizeram em todas as línguas e linguagens. Até as imagens falharam em nos instruir, muito menos quando lhes demos vida e então abriram um buraco no chão cheio de terra ferros e perigos.

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