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A mostrar mensagens de dezembro, 2020

Não Gosto (138 - A)

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É incompreensível a indigência com que a legendagem de filmes e séries é feita, mas são garotos que fazem estas legendas, caralho? Garotos que estão proibidos de dizer asneiras, pois só isto justifica a quase ausência de palavrões escritos quando eles abundam nos diálogos, para além disso só um garoto ou alguém que nunca saiu de casa é que traduz para “estamos a ficar altos” a frase “we are getting high”, enquanto as personagens do filme consomem drogas. Eu até compreendo que não haja um grande apuramento na linguagem, nem especial cuidado nas palavras escolhidas, nem rasgo artístico, os tradutores são mal pagos e devem exigir-lhes as traduções em pouco tempo, mas nem isso justifica que se escreva “rutina” ou “à 15 anos”. O único motivo aceitável que eu consigo encontrar para estes erros é o despeito. Eu, muitas vezes, quando trabalhava para patrões muito ricos que pagavam mal e porcamente, fazia o meu trabalho de forma desleixada e, sempre que podia, roubava uma coisa qualquer insigni

Não Gosto (170)

No jogo Werder Bremen - Estugarda de 6 de Dezembro de 2020, ao fazer o 0-2 aos 91 minutos que assegurava a vitória para a equipa visitante, o jogador congolês Silas Wamangituka teve, segundo o árbitro de partida, que o admoestou com um cartão amarelo, uma atitude anti-desportiva. Nas décadas que levo a ver jogos de futebol nunca antes vira um jogador ser penalizado por uma atitude semelhante, por um relaxamento, por uma brincadeira, por uma maneira divertida de marcar um golo. Depois do desentendimento ridículo entre o guarda-redes chevo Jirí Pavlenka e o defesa turco Omer Toprak, o avançado congolês aproveita, ganha a bola e corre sem oposição em direcção da baliza. Os dois estarolas que estavam a defender ficam a resmungar um com o outro enquanto Silas Wamangituka avança, tranquilo, para marcar o seu segundo golo da partida e selar a vitória. O jogador do Estugarda olha para trás e, ao ver que nenhum dos dois defensores se faz ao lance e continuam a olhar um para o outro feitos parvo

Gosto (206)

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Gosto da forma como Fiódor Dostoiévski, no seu romance Os Irmãos Karamázov, anuncia o meu aparecimento, a chegada do Grande Profeta. É com muita subtileza que o enorme escritor russo insere as palavras que compõem o meu nome em duas linhas, distintas, é certo, mas que estão, ainda assim, suficientemente próximas para que o leitor não deixe de apanhar a subliminar mensagem. É perto do fim do Quarto Capítulo (Canaã da Galileia), do Livro Sétimo (Aliocha) que as palavras “zénite” e “safira” surgem quase emparelhadas. O leitor atento deste livro, que é, talvez, a mais monumental obra literária da humanidade, será acometido de um baque ao ler esta passagem, a sua boca abrir-se-á, o seu rosto resplandecerá. Tenho recebido centenas de mensagens de fãs meus, “já reparaste, as palavras zénite e safira aparecem quase na mesma linha!”, “olha a coincidência!”, “será apenas acaso?”. É óbvio que não se trata de um mero acaso, Fiódor Dostoiévski estava perfeitamente ciente do que escrevia, ele não m