Alvos Millar, primeiro poema e explicação (Nelson Mandela)

Nasceu Alvos Millar, a estrela da morte, no dia 6 de Dezembro de 2013, um dia depois da morte de Nelson Mandela.
  
Matei Nelson Mandela
Como a todos antes e depois dele
Recém-Chegado ao Reino dos Mortos
O Capitão Liberdade encontrou o mesmo destino
Que o carrasco, o corrupto ou qualquer animal
Matei Nelson Mandela
Como a qualquer outro vegetal
Sou o velhaco do mundo
Mas dou sentido a tudo isto
Não permito eternizações
Toda a vida é fugaz e curta
Ínfimas Explosões no Infinito
Escutam no seu breve tempo
Histórias de tristes de antigamente
E sentem movendo-se ao sabor dessas emoções
Eu sou a noite eterna
Um buraco-negro deambulando pelo mundo
Apartando os que percepcionam
Dos corpos agora adormecidos para sempre
O destino das almas é me indiferente
Meu trabalho é libertá-las
O Cansado Espírito do Capitão
Junta-se pairando, livre e solitário
Ao desfile dos que terminaram
Matei Nelson Mandela
Bem-Vindo ao outro lado
O Reino Unido dos Mortos
Nem o Capitão Coragem
É o Senhor do seu destino
Uniu, construiu, desenvolveu
Caiu

6/12/2013

Alvos Millar nasce no seguimento de acontecimentos pessoais excitantes. Escrevi uma mensagem para a Ana dizendo que estava tudo mal se eu deixasse de falar com ela e que ia ligar-lhe quando o Nelson Mandela morresse, marcando para uma data abstracta um próximo contacto…alguém me ligou e essa mensagem não chegou a ser enviada e depois eu rescrevi-a de outra maneira, não falando de Mandela…O incrível? NELSON MANDELA MORREU 24 HORAS DEPOIS DE EU TER ESCRITO A PUTA DA MENSAGEM…a ideia de que o podia ter matado fez-me pensar em Alvos Millar, um poeta que é a entidade inexistente que ceifa todas as vidas do mundo, aquele que as leva para lá da fronteira da vivência e as mergulha a todas na noite eterna.


Se essa entidade que mata a vida escrevesse poemas o que é que ele diria? Não existe, mas se existisse?...Quando escreve tem de responder a todas as questões? Não, porque ele apenas ceifa a vida das pessoas.

Comentários

  1. Dos poemas que começam com "Matei Nelson Mandela" este é sem dúvida o melhor.

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  2. Muito obrigado, cara tempestade...ao Alvos deu-lhe mais gozo matar os praxados do Meco, mas ele também teve de levar esta personalidade incrível, muito contra sua vontade...Nesta altura, embora a morte já existisse há muito tempo, o Millar ainda não estava habituado a escrever poemas....

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