Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (11 de Novembro de 2015)

Quando acordo, passo as minhas mãos lentamente pelo meu corpo ainda quente do sono restabelecedor e penso em toda esta carne efémera que cobre os meus ossos e imagino-me no caixão, fazendo o mesmo gesto enquanto esqueleto, passando a minha mão despida de carne e apenas de ossos constituída pelas minhas costelas e imagino o som que faria, um som tão musical. Faço percussão com os meus distintos ossos, percorrendo o meu corpo melódico buscando os mais belos sons. Toque onde tocar o som está sempre a mudar. Gosto particularmente de tocar com o osso da ponta do dedo indicador com um ritmo melódico no centro do meu crânio vazio. O som ecoa muito belo. Serei um esqueleto musical na minha tumba solitária e divertir-me-ei a mim próprio até para lá da eternidade.

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