Gosto (XXV)

Gosto das explosões de claridade luminosa no filme Branca de Neve do João César Monteiro, que obviamente detestei. Essas detonações de luz, depois do ecrã ter estado a negro 15 minutos resultam particularmente bem no cinema, porque apanham os espectadores desprevenidos e deixam-nos completamente encadeados e a insultar o realizador do filme, os actores e também o projeccionista animalesco. A intenção destes irrompimentos de luz branca no negro é claramente dar um estalo ao espectador e, ao mesmo tempo, possivelmente com a outra mão, fazer-lhe um manguito. "Devias era ter ficado em casa, oh paneleirote", sussurra-nos além-tumba um dos grandes mestres do cinema português, enquanto rezamos aos céus para não termos ficado definitivamente cegos.

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