O Meu Poder (III) P

Muitas vezes perguntam-me quando me comecei a sentir mais poderoso, mais ciente; no fundo, mais capaz de interpretar as ocorrências da existência. Recordo-me muito bem do dia em que senti esse poder sobre-humano invadir o meu corpo e transparecer em todos os meus actos. Estava deitado de barriga para cima, contemplando tranquilamente no escuro céu o silencioso brilho das estrelas, gozando a ociosidade da aldeia índia depois da noite cair, a 10 minutos da minha cabana, quando vi um esplendoroso brilho prateado rasgar o céu. Um delicado e curvo traço de luminosidade branca, apagou as estrelas ao céu redor. A lua nova deixara de o ser e o primeiro brilho de um novo ciclo lunar aparecia nas alturas, mesmo por cima de mim, no zénite do lugar onde estava deitado e o seu inesperado brilho encheu os meus olhos de luz divina e aclarou os meus pensamentos desde esse momento, há cerca de 40 anos, até hoje e, espero, para o resto dos meus iluminados dias. Salvé à graciosa lua, astro da noite.

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