O Meu Poder (IV) P

Quando estava em New York o meu amigo polaco Zbigniew Padniewski disse-me algo que me intrigou e ainda recordo claramente, apesar dos meus consumos da altura. Eu falava-lhe sobre querer escrever a história da minha vida, quando ele, sorrindo disse "no, no, no!", acompanhando a negação com o balançar dos dedos negativamente; bebeu um gole e lapidou "You zenit, you no writer, you, you watch, and you totally see". Entendíamo-nos perfeitamente com os nossos modestos ingleses e eu compreendi a sua triste frase...ele queria dizer, e o seu olhar confirmou-mo, que eu entendia todas as coisas a um nível superior e que era impossível colocar isso em palavras, ou seja, para ele, eu era como uma árvore que presencia silenciosamente tudo o que passa à sua volta sem sair do lugar em que está, sem aparentemente ser influenciada por nada. Como eu acredito no espírito das árvores sei que é preciso uma chama muito intensa para derreter um coração de gelo.

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