Gosto (XLV)

Quando estou na presença de pessoas desconhecidas, às vezes, gosto de falar línguas estranhas que eu próprio invento enquanto falo para parecer exótico e interessante às restantes pessoas. Certo dia, estava com um amigo meu num transporte público a conversar dessa forma, cada um de nós dizendo coisas sem qualquer sentido como "Vasdanar parki lanuga laner?", ao que o outro respondia com segurança "Lanuga laner gazal balal aal oniunarta", sempre improvisando tendo em conta o que o outro dizia e respondendo conforme, quando um homem nos interrompeu, para nos perguntar, curioso, que língua estávamos nós a falar. Olhei para o meu amigo com um sorriso e respondi ao senhor, em inglês, que estávamos a falar Devionese e que éramos da Devonia, explicando-lhe que se tratava de uma pequena ilha do Pacífico. O senhor fez um ar de surpreendido desconhecimento e eu ri-me muito depois, ao imaginá-lo em casa a procurar a nação Devoniana nas suas enciclopédias e nos seus Atlas.

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