Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (12 de Dezembro de 2015)

Hoje acordei assombrado por esta ideia de que já todos estamos mortos. Todas as pessoas com que sonhamos, com que vivemos, com que nos divertimos são futuros cadáveres que inevitavelmente desaguaram, desaguam e desaguarão sempre no Grande Lago dos Mortos. A altura em que isso acontece é só um pormenor. Um pequeno pormenor dependente do Tempo, esse fenómeno que estende as suas asas imensas entre as eternidades, mas pode ser controlável como Unidade que é. Se olharmos para o tempo como uma Unidade podemos facilmente avançar e recuar na sua linha, que traçou, traça e traçará deleitosos destinos na História, fazendo nascer comoventes narrativas com que nos preparamos para criar as nossas. Se vogarmos livremente pelo tempo não teremos dificuldade em encontrar os momentos anteriores à nossa existência, podemos ver o momento em que nascemos, toda a nossa vida até à nossa morte, ver como ela é estupidamente insignificante no Eterno e depois contemplá-Lo até aos tempos infinitos, bem para lá do Apocalipse dos Mundos e deste Universo. Hoje acordei assim, a pensar em mexer no tempo, mas tremendamente lúcido, capaz de perceber que, no fim de contas, não é uma ideia assim tão fora da realidade.

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