Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (28 de Abril de 2015)

Passeava lentamente no palco enquanto falava para uma audiência atenta, mas algo estranha como se tivesse eles estivessem demasiado atentos ao que eu estava a dizer. Quando a minha voz involuntária soou percebi que era uma mulher:
- Eu costumo levar 50 paus, mas era um senhor prior... Eu fiquei intimidada e questionei-o acerca dos valores morais...ele disse-me que era um pároco na Igreja, enquanto professava, fora dela era um cidadão comum. Eu disse-lhe que ia com ele por cem e ele aceitou desde que eu fizesse tudo. Eu, aceitei a sua oferta, engraçando com a sua ingenuidade... Quem era ele?
Neste momento estava incrédulo com o interesse que o público nutria pela minha bizarra história. Era tudo demasiado esquisito, parecia que havia uma armadilha escondida na sombra. Sem controlar o que dizia continuei.
-Fomos para o Hotel e ele pediu-me para lamber. Nunca nenhum homem me tinha pedido semelhante coisa. Eu deixei porque quem estava exposto às hipotéticas doenças era ele. Então faz...Ele fez...Foi-se embora e pagou. Passados três meses senti uns corrimentos estranhos e uma interrupção no ciclo menstrual. Numa noite senti puxões dentro de mim, tentando sair para fora. Fui à casa de banho e reparei nuns pelos em excesso na zona vagina. Levei as mãos até lá e quando toquei senti cabelos numa cabeça e numa fracção de segundo estava cá fora o ser mais aterrorizador que alguma vez encontrarei. Uma cabeça saindo dentro de mim guinchando o choro de todos os bebés antigos. Ao fim de alguma luta consegui enfiar aquela cabeça disforme de volta para dentro do meu corp...
O alarme soou. Reparei que a audiência estivera sempre presa à cadeira com grilhetas nos pulsos e agora haviam sido libertados. Gritaram de raiva quando as suas mordaças caíram e avançaram contra mim. Larguei correndo movida pelo instinto. A multidão selvática queria destruir-me. Depois de atravessar um corredor saí por uma porta das traseiras, mas eles não me perderam o rasto. Eles estavam prestes a alcançar-me quando cheguei ao cubículo. Entrei e tranquei. Ali ninguém conseguia entrar e eu podia ficar fechada, livre de julgamento alheio. Ao fim de alguns anos a multidão acalmou e dispersou e pude enfim sair de novo para rever as estrelas.

Sonho desta noite influenciado pela espada de césar.

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