Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (18 de Abril de 2016)

Quando ignorei aquela moeda de um cêntimo que estava no chão sujo e molhado não podia imaginar que estava a cometer um erro crasso. Ignorei-a não apenas porque não me estava a apetecer inclinar-me para a apanhar, mas também porque havia pessoas a passar e eu, naquele momento específico, não queria passar pela vergonha de ser daquelas pessoas que se baixa para apanhar as moedas pretas deixadas no chão pelos outros. Mais tarde, entrei numa loja para comprar fita cola. Custava 45 cêntimos. Juntando todas as minhas moedinhas reuni 44 cêntimos. Amaldiçoei-me por não ter apanhado a moeda e paguei com uma nota de 20 euros. A senhora, simpática, não tinha notas, por isso encheu a minha carteira de moedas sobretudo de um euro, só me deu uma de dois, três dos euros foram obtidos da junção de seis moedas de cinquenta e creio que me deu três euros em moedas de 20. E é assim. A prova de que uma insignificância nos pode ficar a pesar na carteira, que agora carrego, muito pesada, no bolso de trás. Até os meus movimentos são menos eficazes com uma carteira tão cheia. Só porque não quis apanhar um maldito cêntimo da vergonha...

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Contos Eróticos de Fernando Bacalhau (Alexandra Lencastre)

Dicionário com palavras pessoais

As Mais Belas Palavras da Língua Portuguesa