Os Diários Lunáticos de Zenit saphyr (P)
Regressava a casa vindo do meu trabalho às duas da manhã quando passei por um adorável casal de jovens que se beijava apaixonadamente em frente a um prédio. Eles estavam mesmo a comer-se à bruta, abraçados intensamente e segurando no pescoço um do outro, com a rapariga um degrau acima dele a dar-lhe uma despedida que prometia muito naquela relação. Eu continuei o meu caminho, um pouco mais sorridente por causa daqueles dois e, quando virei, cruzei-me com um homem alto e moreno que estava com as mãos enterradas nos bolsos de um sobretudo verde e com os olhos fixos postos atentamente nos amantes. Aquele voyeur parecia ser um homem parecido comigo, folgazão e jovial, sempre pronto para a brincadeira e para gozar com a vida. Estava completamente focado nos dois miúdos e nem sequer desviou os olhos deles quando me dirigiu palavra: - Já viu aqueles dois ali? Estão há dez minutos na marmelada em frente ao prédio. Não podem entrar? Ao menos iam para ali - apontou para um ponto morto, onde ...