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Num Cruzamento de Quatro Estradas

Num cruzamento de quatro estradas Hoje, todas me levam aonde já estive Tenha sido mais a esquerda ou à direita do meu coração Numa, cães sarnentos barram-me a passagem Sigo pelas outras três E os farrapos feéricos da madrugada acompanham-me Neste passeio vão ao topo da minha terra Perdia-me na neblina se soubesse que não voltava a encontrar-me Lentamente, transformava-me no vento E assobiava melodias melancólicas nos palácios abandonados Enquanto desaparecia com o dissabor do amanhecer Raios vespertinos tecem tempestades Cai a luz, nasce a sombra E o sol não brilha em tudo da mesma forma Os Adormecidos saem de suas casas despertos para mais um dia As ruas enchem-se de gente dançando para os Cobradores Que devastam gratuitamente o tempo de todos São os tiranos do quotidiano Dinossaúrios de Biblioteca de todo o ano Moldam e concebem os modos de vida Nas secretárias do além E à minha volta todos valsam sem contestar À música que está a dar Eu

Nascem Sombras

Entre a hesitação E a decisão A ilusão E a desilusão Nascem sombras Depois do dia Antes da noite No limiar da incerteza Nascem sombras Entre a concretização E a definição A lua cheia E o céu escuro Nascem sombras Entre a esperança E a constatação A estrela da manhã E o meu quinhão Nascem sombras Entre o Reino dos Vivos E o Reino dos Mortos A fuga E a comiseração Nascem sombras Nadir Veld

Como fazer do egoísmo o Nosso o Mundo

- A velha fábula filosófica que fala de um homem que acha que o mundo se apaga na sua ausência e tudo o que acontece realmente é o que acontece à sua frente perde-se quando vemos que toda a gente está a pensar ao mesmo tempo. Acumulam-se e atropelam-se todos os pensadores, porque não pode haver um só? - Não paramos de pensar, isso distingue-nos. E avaliamos o que é pensar, o que nos faz pensar melhor. - A vida vicia-nos no pensamento. - Mais do que isso, ele controla a vida... - Eu não iria tão longe, caro amigo...Então...há muita gente que não faz nada com o pensamento. Há até quem se enclausure nele, não encontrando então saída para o que ele lhe poderia fazer de bem e só faz mal.

Pirro de Elis (Pyrrho)

Já há algum tempo me deparei com esta figura. Sensacional, não a sua filosofia barata, mas o seu estado de espírito eterno. Como pode alguém ser céptico perante tudo? É mágico. Podemos levantar todas as questões e negá-las a toda de seguida. SOMOS CÉPTICOS. Perante todas as verdades e perante todas as mentiras, podemos sempre estar certos em tudo questionar...o cepticismo na vida, pode conduzir à barata tragédia sentimental, mas de carochinhas apaixonadas não reza a história, por isso olhemos os verdadeiros CÉPTICOS nos olhos. Eles entraram na descrença absoluta Introduziram uma nova conduta Estão no ar, vão no vento Conseguiram o seu intento Todos os sonhos enegrecidos Por trevas digeridos Nas cidades em chamas Os loucos em camas Clamam por ver por ter, por saber uma certeza Os fortes encabeçam a lista Pagãos Sou os deuses de si próprios Caminham certos na incerteza As suas sombras são a sua casa Cépticismo envolve a confiança...se somos cépticos numa relação essa r

Quem somos nós outra vez?

Quanto vale tudo isto? Estes dois minutos, esta garrafa e estes sentimentos? Para que servem eles? Só para acumular as perguntas? Quantas mais perguntas surgirão depois de a todas responder? Como um cavaleiro a afastar inimigos! Tenho futuro? Tenho uma esperança Que desfeita só traz passado Só traz passado Onde tenho estado? Onde tenho estado? Nadir Veld

Assim chega a música

"A música é o exercício inconsciente da metafísica no qual a mente não sabe que está a filosofar" - Arthur Schopenhauer Todos os sons da noite Em ondas tranquilas embalam o espírito Lá vêm elas, em comunhão com o Oceano E, como vagas, vêm e vão Aqui chega a tranquilidade sinfónica Onde é que ela tem estado? Quando a música acaba A consciência enevoada Relembra a princesa perdida na batalha O silêncio acorda os gemidos abafados do coração despedaçada Mas lá vem ele novamente, apagando o som que não pode ser ouvido Assim chega a música Assim chega a música Nadir Veld

Assim Se Cumpre em Mim a Lei de Talião (35ª Parte)

Quando vi que percebia o que diziam saltei para os braços do que estava mais próximo de mim. Finalmente, milhares de anos depois de penar silenciosamente, podia comunicar directamente com alguém semelhante a mim. Sentia-me protegido, mas ele afastou-me veementemtente. -Este acabou de chegar- cuspiu para um dos outros, com mais enfado que desprezo. -Nada é o que parece - acabei por dizer depois de um pequeno silêncio, consciente de que também ali os Arquitectos do Mal actuavam contra o Prazer.-Apenas vos abraço porque agora me podem ouvir e me podem falar. Acabou o meu silêncio!-Gritei para que me ouvisse. -Já aqui estamos... -Não quero saber! - Interrompi-o.-Quero ouvir-me só a mim. Cantar e ser entendido. Acabou o silêncio. Acabou o silêncio. - Comecei a dançar em volta deles e percebi que pelo seu ar sério a minha felicidade não ia durar muito. Os problemas não podem ser ocultados eternamente. Pensei em enfiar-me fundo numa das camas e simplesmente esperar até a loucura chegar se

Mais uma vez, agora com sentimento

Vocês são os Homens Vazios Edificados com o que querem ouvir Em concordância com os ideais antigos Imutáveis e Perpétuos Sou o vento que abana as tuas árvores Enquanto não sou a rajada que as arranca

Entrevista a Zenit Saphyr

Vítor Jara - Sente-se um fugitivo da vida? Anda a fugir de alguma coisa? Zenit Saphyr -  Essa é uma pergunta difícil e algo contraditória até, eu diria. Não ando a fugir de nada, certamente. Assumo as responsabilidades por todos os meus actos, não digo que não me arrependa de alguns e aliás isso pouco ou nada tem a ver. Não há nada que eu tenha feito que eu não assuma como acto meu. Quando me pergunta se sou um fugitivo da vida pode referir-se a muitas coisas...É certo que fugi à vida que estava destinado a viver porque sempre me recusei a ficar onde estava. Acho que ficar mais de três meses no mesmo lugar, dia após dia acabando sempre a dormir na mesma cama, no mesmo conforto, é desprezível. Sou incapaz de viver com a rotina e pensar..."Então a vida é isto e vai ser assim para sempre". Isso assusta-me. Quando olho e vejo que isso pode estar a acontecer-me vou-me embora, sem olhar para trás.Às vezes digo, baseando-me em Blake que a estabilidade é uma tia velha e solteirona q

A Indústria do Medo

"Diariamente as pessoas são bombardeadas com notícias de eventos brutais. Acho que os jornalistas negoceiam a divisão do medo com as tempestades. As notícias escolhidas, o horror descrito com detalhe, tudo parece mostrar uma inclinação para o abismo. Um acto de bondade nunca vai abrir um telejornal, contudo a bondade derrota a maldade no Campo de Batalha." John Fleumund Doce prazer que te aproximas. Nada há como abrir uma porta com a devida chave, principalmente quando entramos em nossa casa e sabemos que não está ninguém. Despojamo-nos do que nos atrapalhava e ficamos à vontade, inebriados pela segurança. Este estado de tranquilidade dura pouco se os demónios adormecidos pelas pequenas felicidades decidirem acordar erguendo gigantescas sombras de pedra no sossego, mordendo, abocanhando, tudo o que houver de menos mau. É então que o espírito depressivo não vê nada além de caminhos pantanosos para se aventurar. A dor existe, não dá para ignorar, não dá para esquecer, é fác

O Trono

Aqui sentado Num trono de fumo Domino impérios sem vassalos Onde têm estado esses? Onde têm estado esses? Publicamente distanciados Cansados de tentar Desvanecem em sonhos antigos Vejo-os enquanto se escapam Num trono que não dá nada para governar Um trono nas trevas Trémulo Mas ao qual jurei fidelidade Fiquei ligado a ele pelas leis da Antiguidade Lunático Enquanto o som metálico da batalha se torna cinza E da cinza renasce a ave Mitos de esperança suave Um trono ébrio Fechado em si mesmo e à sua volta No salão a que está determinado Mas ninguém o pode culpar nem acusar Por imperar no vazio Orgulhoso do nada conquistado Um trono para um rei inútil

Acelarações do Espírito

Podes acelerar um pouco mais, podes ter vertigens, até que o espírito encontre a plataforma tem muito de caminhar. Os caminhos maquiavélicos e pantanosos, as unidades de tortura, as máquinas de guerra, o luar repetindo as cenas num filme eterno retratando traumas e degradações, penas de que nunca nos libertamos…E o espírito aguenta tudo e vive recatado, ou então explode…quando as dimensões do espírito explodem e então perguntamo-nos onde temos estado quando confrontamos o nosso novo eu, alterado pelas circunstâncias da vida em 2 horas…e tudo era torrentes de sonhos e nós estamos rejubilando, cantando para a noite estrelada e ébria da Ilha deserta onde sempre habitámos, comemorando numa celebração triunfal os grandes mistérios conquistados e analisamo-los à luz das estrelas num Inferno qualquer, uma ilha, um Oceano, um lugar qualquer onde a nossa alma possa ir e possa estar tranquila, só com ela mesma, pensando no eterno vazio que nos envolve a todos e as hipóteses defraudadas, mais as

Assim Se Cumpre em Mim a Lei de Talião (34ª Parte)

Uma convulsão chamou-me à vida numa confortável cama de onde fui violentamente tirado um segundo depois de acordar, atirado com impetuosidade contra uma parede, empurrado para uma sala onde me deixaram sozinho a caminhar semi-desperto, com a alma ferida por de corpo ter sido transferida e os olhos fixos no chão, desejosos de não ter de ver os massacres preparados ali. Entrei num grande quarto onde muitas pessoas dormiam, mas a quantidade de camas era tal, que havia muitas vagas. Por isso deitei-me e descansei um pouco, pensando nos acontecimentos, com medo de existir e de enfrentar esta nova realidade, onde, pelos vistos, existiam pessoas viventes…Adormeci rapidamente. Quando acordei vi três gémeos discutindo, mesmo à minha frente…Olharam-me com raiva, ou medo, não sei determinar, por isso fui-me embora. Não havia mais ninguém no amplo quarto com paredes brancas. Saí por uns portões e vi um imenso desfile de gente…todos iguais, cavaqueando entre si…Todos vestiam o uniforme branco que

Todos somos memórias na cabeça de alguém

Todos somos memórias na cabeça de alguém Breves recordações de momentos Sorrisos e cumprimentos Todas as pessoas são memórias Na minha consciência recortada Pelos ataques do isolamento forçado Somos todos memórias perceptivas Que tacteiam pela vida Atingem sonhos de beleza E Apocalipses de comunhão O que somos então? O que somos então? Somos os Ocasionais, por vezes rejubilamos Por vezes votamos contra O Peruano no deserto E voltamos a casa Desejosos de tentar outra vez O que somos então? O que somos então? Somos os pesadelos que atormentam as multidões que interessam Somos a armadilha da nossa vida Somos o desespero da reunião O que somos então? O que somos então? Vestígios antigos e más recordações Nas praias poluídas de memórias alheias O que somos então? O que somos então? Somos a pegada que não pode ser apagada O trilho que não pode ser desfeito O que somos então?

Uma rima para um Vagabundo Qualquer

Os meus caminhos são incertos Não sei para onde devo ir Todas as rotas me agradam Em todas me posso rir

Assim se Cumpre em Mim a Lei de Talião (33ª Parte)

Violentamente atirado contra um breve vazio, perdi a consciência do que me rodeava. Senti forças misteriosas apoderarem-se da minha percepção e realizarem danças antigas numa galeria. Nas paredes vi enormes sombras projectadas, erguendo-se assustadoras. Vi o céu azul belo e esperançoso. Vi depois um vulcão em erupção tornar-se no corpo de uma mulher que partiu para longe, como se voasse e tudo ficou negro. Ouvi pessoas gritarem na escuridão e bombas explodindo. Ouvi guerra e dor…só distúrbios, nada de bom…todas estas coisas que recordo, tenho de as descrever... Eu sou a minha memória. Estas recordações soltas, meras imagens sem sentido, são tudo o que me lembro depois de ter caído para o abismo com o Homem Orquestra e antes de ter acordado. Não tenho justificação nem significado para as explicar, são o resultado de qualquer loucura bem interior provocada por milhares de anos de existência num mundo degradante…Uma existência que não acaba, continua para sempre a um ritmo vertiginoso at

United Empire of Business

United Empire of Business New areas Plenty of abundance The city builders became the pioneers Of Superpower The land, the prairies, the vast deserts of rocks and sand Sceneries for prosperity, and the chases And the massive kills of Indians The Slaughter of Men By Men Inflicted reality will not numb Our blessed souls Poema de John Waterson sobre o seu próprio país na altura em que andava contaminado com ideias desastrosas impostas por mim....Diz boas verdades, contudo...

Assessoria Contra Tudo Novo

A minha assessoria não permite Que faça o que quero fazer Carrego as mágoas do Homem Moderno Caminhando sem sonhos em quotidianos moribundos Cedendo nas farpas da estabilidade Procurando sem ter uma pergunta Caminhamos no Vazio Somos Conquistadores do Nada Exultamos com o Inútil Quebramos sobretudo por falta de ter Tudo Novo Nadir Veld

Teatro de Sombras

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Mais uma tradução de Nadir Veld, desta vez, Shadowplay ...Teatro de sombras...Joy Division mais uma vez...Ian Curtis bate forte aos embriagados... Teatro de Sombras Do centro da cidade onde todas as ruas se cruzam, à tua espera Até às profundezas do Oceano onde toda a esperança está submersa, à tua procura Movia-me através do silêncio sem movimento, à tua espera Num quarto com uma janela no canto, encontro a verdade No teatro de sombras finges a tua morte Despreocupado Enquanto os assassinos agrupados em quatro filas dançam no salão E com frieza nos seus corpos metálicos fazem um avanço para conectar Fiz tudo Tudo o que queria ter feito Deixei-os usarem-te para os seus próprios fins Para a Noite, no centro da cidade, à tua espera À noite, no centro da cidade, à tua espera Nadir Veld

Wild as Zenit Saphyr

Essence of existence A Free Soul with no body A New Evening Star The Cosmic Man We wish we entered in the mornings Wild as Zenit Saphyr John Waterson um poema precioso sobre mim escrito pelo ámigo John Waterson Um abraço no tempo para ele! "Uma alma sem corpo" - Tocante...gostei mesmo bravo mano! Obrigado.

24 Horas

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Tradução da letra Twenty Four Hours de joy division.... Então, é isto a estabilidade, o orgulho do amor desfeito O que antes era inocência virou caos para sentir Uma nuvem negra paira sobre mim Seguindo todos os Movimentos Enraizada na memória do que em tempos foi o Amor Oh, como eu compreendi, quanto precisava de tempo Contemplei as possibilidades, as perspectivas, tentei tudo compreender Só por um momento, achei ter descoberto o meu caminho Destino desfeito, escapou-se, não o consigo agarrar Demasiados objectivos, para lá de todo o alcance Buscas solitárias por tudo o que quero manter Vamos sair um pouco, ver o que conseguimos encontrar Uma colecção sem valor de esperanças e desejos antigos Nunca percebi todos os caminhos que tinha de percorrer Todos os cantos sombrios de uma percepção que não conhecia Só por um momento pareceu-me ouvir alguém chamar Olhei para lá do presente Não há lá nada de nada Agora que eu me apercebi, como

A Revolta dos 36 D's

Destruir Derrocadas Douradas Desvendar Distantes Dumas Domadas Distintamente Desestabilizar Domadores Despidos Daltónicos De-ver Dívidas Dispendiosos Dogmas Duros Ditadores Distraídos Devendo Desculpar Duvidosos Doutores que Disseminam Discórdia Duradoura Demais Desejosos Dedistância Desdenhando o Destino Deixam Divagar Deambular Devanear Dormir

SEJAM BEM-VINDOS AO PROJECTO

SEJAM BEM-VINDOS AO PROJECTO AGORA QUE APARECEU O AFECTO E TUDO PODE MUDAR PARA MELHOR SE FREQUENTAREM A MINHA PRAIA PORQUE TUDO MIRACULOSO À NOSSA FRENTE É BONITO TUDO A VIR…TUDO NOVO! SEJAM BEM-VINDOS AO PROJECTO OS POLÍTICOS ESTÃO A SER ENXOVALHADAS NAS RUAS DA MINHA CIDADE UNAMO-NOS PARA DESTRUIR TUDO O QUE EXISTE E CONSTRUIR ALGO NOVO MELHOR SEJAM BEM-VINDOS AO PROJECTO VOU CONDUZIR-VOS POR SELVAS OBSCURAS ATÉ AO PALÁCIO ONDE A ÁGUIA CONHECEU O DRAGÃO E O CONHECIMENTO TOTAL FICOU NA AVE SEJAM BEM-VINDOS AO PROJECTO A VERDADE ESTÁ OCULTADA PARA SEMPRE DEIXO-VOS APENAS VESTÍGIOS APENAS VESTÍGIOS SEJAM BEM-VINDOS AO PROJECTO RESSUSCITAREI ESPÍRITOS ANTIGOS PARA QUE ME GUIEM NA VIAGEM O CONHECIMENTO TOTAL VAI SER MEU TALVEZ AMANHÃ TALVEZ AMANHÃ IRMÃOS JUNTEM-SE E SIGAM-ME NAS ROTAS DA IMAGINAÇÃO DEIXEM O RIO FÉRTIL TRANSPORTAR ATÉ VÓS O CONHECIMENTO ABSOLUTO NÃO A VERDADE MUITAS MENTIRAS DEMASIADAS MENTIRAS ESTUDAN

Corpo e Mente

Goles de água gelada Contribuindo para a introdução do futuro Na Mente e no Corpo Nenhum pode ceder Nenhum pode ceder Veículos que parecem estrelas Cães que se assemelham a retroescavadoras Fantoches de realidade sintética O Corpo Das suas ameaças está protegido A Mente já não é sã Não é sã. Abismos acolhedores com promessas Verdades que não podem ser contestadas Mentiras que têm de viver Mentiras que têm de viver Olho de novo o espelho Fantasmas desordenados colidem No silêncio do espaço No silêncio Corpo e Mente, um vai ceder Conexões desligadas libertam o espírito Libertam o espírito Para a noite fria Noite fria

EU SOU O MOTIM

Ondas dramáticas libertam-se de mim As pessoas vertem lágrimas e erguem os braços Fazem uma bênção e olham o céu agradecidas Expressam a sua fé à minha passagem A mãe caiu com a criança nos braços Mas uma luz suprema ergueu-a sem dores Libertando o meu perfume encantatório Ergo fileiras Atrás e à minha frente Estou rodeado de revoltados Que querem conquistar o céu Numa futura manhã o Paraíso vai ser evacuado E os novos juízes assumirão os seus postos em palanques O seu julgamento permitirá finalmente aos BONS entrarem no céu S. Pedro contorce-se em agonia na ilha de Creta.

Atmosfera

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Tradução da Letra da Música Atmosphere de Joy Division por Nadir Veld Caminha em silêncio Não partas, em silêncio Sente o perigo Sempre o perigo Conversas sem fim Quotidiano reconstruído Não te afastes Caminha em silêncio Não voltes costas, em silêncio A tua confusão A minha ilusão Usada como máscara de auto-ódio Confronta-me e depois morre Não vás embora Pessoas como tu acham simples Desejosas de ver Caminhar no Vazio Assombrando os rios as ruas Todos os lugares Abandonados demasiado cedo, mas Com o devido cuidado Não vás embora em silêncio Não vás embora Nadir Veld

Charutos de Oliveira

Os Sarilhos viraram Tormentas na Praia da Obsessão do Amor Ventos do mar sopraram furiosas nuvens negras Amaldiçoas o passado, o futuro e depois, quem sabe Voltas costas à Tempestade e procuras o Abrigo do Charuto da Oliveira Todos os Furacões e Agitações desvanecem na Brisa Fria O Índio Ninja e outras miragens, como a velha que sofria,  São pontes de fuga O silvo do vento liberta as memórias incómodas Num ritual violento Perguntas atiradas cuspidas para a eternidade “Podem alguém estar certo?” Tudo lento, tudo parado A estagnação do espírito E a seguir já nada interessa Com o fumo solta-se a Alma Com o fumo solta-se a Alma Todas as sensações de estagnações repelidas pela recordação Toldo protector para o futuro Sob o qual avanças curvado Esquivo e esguio nas Guerras e nos Massacres Tentando manter vivo o juramento que fizeste para a tua vida. Quando perderes o ritmo e as ambições diminuírem Os teus falhanços tornam-se incomportáveis

Diálogo Tenebroso (P)

Nadir Veld – Por vezes, bem à noitinha, quando tudo está adormecido, sinto vontade de partir silenciosamente deste mundo. Quando tudo está calmo e solene…irrelevante…sinto esses impulsos crescerem dentro de mim… Zenit Saphyr – Como podes falar de uma coisa dessas nesses termos? É inqualificável, repugnante…Não tens autoridade sobre o teu espírito interior…ele liberta-se quando quiser…assim ficas uma alma amaldiçoada para toda a eternidade. NV - Quero matar-me. ZS - Quando alguém me diz isso peço-lhe para aguardar meia hora. Pode ser que já não queira morrer e caso consumasse o acto não poderia voltar atrás. NV – A morte libertar-me-á de todas as dores do meu espírito, todos os sentimentos frustrados, todas as mágoas e sonhos perdidos…depois da morte não haverá mais dor… ZS – Só na vida as alegrias são possíveis, também! Nunca ninguém viu um cadáver exultante. NV – Qual? Todas as caveiras sorriem! ZS – Isso é muito tempo depois da morte, quando se apercebem quão vãs foram a