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A mostrar mensagens de novembro, 2014

Por Terras catalãs - O Início da Viagem

Entre o querer ter o ter, cai na sombra o ser. Entre o querer e o fazer há muito para correr. Eu gosto de roubar o tempo Sou o dobro da idade que costumava ter E metade do homem que sonhei Este é zenitiano mais triste, pois estou amargurado na minha rotina e vou matá-la amanhã....parto para África, porque quero ser o triplo de um homem que nunca fui...Vou sair agora de Andorra-la-vella, tenho uma boleia às quatro que me deixará algures na Catalunya. E continuarei descendo pela meia lua da linha da vida, aqui e ali, buscando vida e glória. Como conto escrever o que se passa tentarei fazer um diário, ou algo do género....eu sei que vai surgir muita demência só porque a atraio e essa electricidade manté-me ligado.

Gosto (XXII)

Gosto de coprografomaníacos, ainda que eu não o seja, graças aos céus.  Como já referi noutros escritos a palavra coprografomaníaco foi inventada por mim para colmatar uma lacuna da língua portuguesa. Há uns anos tive um amigo, em França, que tinha o hábito maníaco, a obsessão até, de tirar fotos às suas fezes acabadas de expelir. Tinha na sua casa uma sanita muito particular, com o fundo mais largo que o habitual, onde as defecações boiavam livremente, permitindo uma fotografia esteticamente mais agradável, uma vez que as sanitas comuns, estreitas, feitas apenas para uma defecação vulgar, sem pensar na boa disposição dos excrementos, são muito estreitas e o cocó fica ali todo apertado, esmagando-se a si próprio como se fosse uma porcaria vulgar. Eu, às vezes, vou à casa de banho e fico chateado por não poder contemplar devidamente a minha obra e puxo o autoclismo resignado à vulgaridade com que são tratadas as excreções. Esse meu amigo, o Pierre, para além de tirar uma fotografia, que

Gosto (XXI)

Gosto estar a ler, virar a página   e a frase ficar a meio, continuando apenas na seguinte . É como deixar a mensagem que me está a ser transmitida em suspenso, gosto sobretudo de adivinhar como acabam essas frases deixadas incompletas e sou muito bom nisso. É um bom exercício para quem quer entrar na mente do escritor ou do narrador. Às vezes costumo fechar o livro com os dedos a marcar a página e mergulho numa reflexão sobre como continuará a específica frase.   

Portugal (I)

As horas escapam E os dias passam em vão Semanas planeadas lá longe estão Agora o mês não vale um tostão E o ano morre sem coração Que bombeie vida a esta nação

As Mais Míticas Frases de Zenit Saphyr

"A Celestialidade das frases e dos argumentos é composta por uma orquestrada conjugação das palavras." "Jesus Cristo arrancou os olhos aos pobres e deu-os de comer aos ricos" "Dói-te na alma o coração, meu irmão, quando fizeste alguma coisa sem perdão" "A Vida tem mil vidas e tudo muda como um fósforo ardendo" "Se somos fogo porque bebemos vodka e não água?" "Eu sou a minha memória" - (Assim se Cumpre em Mim a Lei de Talião - 33ªParte) "Há cegos com olhos para tudo" "A Política não tem metade do interesse que lhe dão, mas tem o dobro da importância do que vale um país."  "A liberdade é o principal requisito da loucura!" "Um sabonete não se suja. Auto-lava-se. "É preciso uma chama muito forte para derreter um coração de gelo" "O Voto útil é inútil" "Um adulto é uma criança corrompida pelo tempo." "Ganhas o cansaço da intel

As outras pessoas

Eu sei que os poemas doutros senhores Podiam parecer mais pequenos Mas melhores

Não Gosto (XXVI)

NÃO GOSTO DE OPINIÕES. SÃO ABJECTAS, PASSO A EXPLICAR PORQUÊ. PREÂMBULO O Mundo escapou do alcance e falhou as metas prometidas, um rio interminável de erros corre as capitais, onde a loucura impera e todos os arranha-céus são bordeis governados por patifários carregando armas automáticas, impondo leys e agora formamos opiniões enquanto adiamos o inevitável naufrágio. ACTUALIDADE: José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, preso nº44 26 do Novembro da 2014 Hoje estou satisfeito por não ter opinião. Feliz. Ouvem-se milhares de de detractores e admiradores diariamente, jogando uns com os outros umas jogadas humanas, demasiado humanas para mim. Quando me perguntam qual é a minha opinião sobre o que quer que seja, eu costumo responder que não tenho opinião. "Não Gosto de ter, muito menos de formar opiniões. Eu gosto de ver as coisas". Neste momento introduzo um gesto muito peculiar com as mãos de libertação-sacudidela em relação ao mundo. "Não preciso disso para nada.

Abril 74 (Lluis Llach)

Companys, si sabeu on dorm la lluna blanca digueu-li que la vull però no puc anar a estimar-la. Que encara hi ha combat. Companys, si coneixeu el cant de la sirena allà en mig de la mar jo l´aniria a veure. Però encara hi ha combat. I si un trist atzar m´atura i caic en terra porteu tots els meus cants i un ram de flors vermelles a qui tant he estimat. Companys, si busqueu les primaveres lliures amb vosaltres vull anar que per poguer-les viure jo me n´he fet soldat. I si un trist atzar m´atura i caic en terra porteu tots els meus cants i un ram de flors vermelles a qui tant he estimat. Quan guanyem el combat. Companheiros, se sabeis onde repousa a lua branca Dizei-lhe que a quero Mas não posso ir adorá-la Que ainda há combate Companheiros, se conheceis o canto da sereia Lá, a meio do mar, Eu desejaria vê-la, mas ainda há combate E se um triste azar m e atinge e caio em terra Levai todos os meus cantos E um ramo de flores vermelhas A quem tanto estimei Companheiros, se

Raios Alvos Bramem a Noite Tenebrosa

Raios Alvos Bramem a Noite Tenebrosa Clarões Multicolores jogam sombras disformes No Céu Grotesco e o Vento deixou um novo Veneno Na Brisa que paira sob a Lua Vermelha Privada da Água Que Esclarece o pensamento E DÁ LIBERDADE Chuva, chuva, chuva E a Nudez da Tempestade acalmará os temores Raios Alvos Bramem a noite Tenebrosa O Céu ruge cânticos da Mãe Natureza A Visão Sagrada das Árvores e nas Montanhas De Pedras Rolantes Falantes

Entrevista a Alvos Millar

No dia 12 de Novembro de 2014 foi chamado a depor Alvos Millar, na vigésima segunda Gala anual do Grande Exército Universal de Luta pela Liberdade. Para o interrogar tive que ordenar a emissão de mandatos que possibilitassem a obrigatoriedade da sua presença perante este tribunal da Humanidade. Assim, sem alternativa, Alvos Millar, a estrela da morte, vai poder explicar a sua atitude de constante morticínio em relação às mais variadas espécies, sem mais rodeios e fugas, ele explicará porque é que a sua força definitiva rege o mundo em vez de estar adormecida e de vez em quando ser chamada. Alvos Millar não foi visto a chegar de carro, ele simplesmente apareceu, ainda que ninguém o tenha visto assomar do vazio. Um sítio estava sob controlo, alguém tirou o olhar dele durante meio segundo e ele apareceu de lá, como se sempre lá estivesse estado, andando como se tivesse cruzado todo o corredor com passo uniforme. Alto e todo vestido de branco, com um aspecto angelical a soltar-se da vast

Gosto (XX) P

Gosto de não escrever tanto como a minha capacidade criativa permitiria. Tenho sempre muito mais ideias para histórias do que histórias propriamente escritas. Sou, digo-o sem medo, um não escritor, pelo menos fui-o até esta altura da minha vida. Não ser escritor é muito diferente, na minha opinião, do que ser um não escritor. Quando projecto um conto para uma história que eu queira contar, o resultado final vai ficar, inevitavelmente, aquém das expectativas, aquém daquilo que eu tinha imaginado e os leitores acabam sempre por ficar com uma história diferente daquela que eu gostava de contar, com mensagens e ideias erradas, porque juntar as palavras certas para contar o que queremos da maneira que desejamos é preciso uma mestria que eu só poderei ter . "Ainda não chegou a altura certa para contar esta história, tenho de amadurecer, crescer mais um pouco", às vezes dou por mim a pensar coisas desse género. Outras vezes, recrimino-me por ser incapaz de escrever na terceira pes

Não Gosto (XXV)

Não gosto nada de sinais de trânsito luminosos, principalmente os referentes aos peões . Os sinais vermelhos são uma grande tanga. Não lhes ligo nenhuma, acho que são apenas um aviso para aqueles que vão atravessar uma estrada, nunca uma imposição. Eu odeio que me digam o que eu devo fazer e detesto acima de tudo as pessoas que acham que me podem dizer o que eu devo fazer, nunca na puta da minha vida vou obedecer a uma luzinha colorida a 15 metros de mim, com um bonequinho mal desenhado pretendendo significar um homem. Uma vez vi umas pessoas paradas num sinal vermelho quando claramente não havia nenhum carro a passar nos próximos 40 segundos e a estrada podia ser facilmente cruzada em 10 segundos. Essa gente estava parada, na noite silenciosa, sob uma lua esplendorosa, completamente focada, vidrada e comandada pela luzinha vermelha, olhando-a atentamente, esperando ansiosamente que mudasse, sem virarem a cabeça para a estrada imensa que estava vazia de carros que os pudessem atropela

O Murmúrio Solitário da Morte

O Murmúrio Solitário da Morte I Por Mim Se Vai à eterna Morada Por Mim Se Vai a um Reino de Perpétuo Nada Por Mim Se Vai ao Reino Incógnito da Morte Destino derradeiro até do mais forte Aceitai a lei da Terra, vós que nasceis Eu sou o fim de tudo o que conheceis Eu sou o fim de tudo o que conheceis O guia da alma solta dos corpos que morreis II Sempre ocupado enquanto houver vida Eu sou a estrela da morte De todos vós a final sorte Sou múltiplo e desordenado Actuo em todos os lugares imagináveis Ao mesmo tempo Em todo o momento O corpo falha A mente foge A alma solta-se E é entregue, talvez em fumo, depois da viagem Perplexa, pairando numa outra Margem No Reino de Trevas da Morte III A assustadora inoperância daqueles que deixo Inanimados por dentro Gela a espinha dos que observam fins No Reino em Luto dos Vivos, Um mistério em corpo desamparado, agora sem força interior Caído como um fantoche abandonado pela etern

Não gosto (XXIV)

Não gosto da atitude de desprezo que certas pessoas têm sobre futebol, por motivos absurdos.  Compreendo que as pessoas não gostem do desporto, que ele não lhes cause emoção, que não o percebam, mas não tolero quando dizem que "são só onze homens atrás de uma bola". Dizer isso é o mesmo que dizer que um livro é apenas um acumulado de papel com tinta e que uma guitarra é um pedaço de madeira esburacado com umas cordas. Outros argumentos apresentados, como, os jogadores ganham demais, ou que é o ópio do povo, pois capta a sua atenção para coisas menores, quando ela deviam estar alerta para os grandes problemas, também são argumentos tolos. O primeiro é tolo porque o futebol gera o dinheiro que move, por isso não venham com merdas, que o dinheiros de outras coisas não é torrado no futebol. O segundo até o compreendo, mas se não fosse o futebol (que é um desporto colectivo magnífico, diria até perfeito, melhor que todos os outros pela importância crucial do golo - nenhum jogo nor

Catalunya Vol Viure en Llibertat?

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-A lei prevalecerá. -O que é a lei? -A constituição. - O que é a constituição? - É o cumprimento da constituição. Não se pode dividir Espanha! Estas são as respostas de uma legisladora do PP, a propósito da independência da Catalunha. Começa a disparatar quando lhe perguntam o que é a lei. Se a lei só serve para se fazer cumprir a si própria, então ela tem de ser mudada. A meu ver a lei tem de estar ao serviço dos desejos das pessoas e não contra os desejos delas. Mesmo que seja uma minoria da população de Espanha que quer o referendo (a Catalunha não tem metade da população espanhola), há uma maioria dentro da Catalunha que quer ver referendada a possível independência, por isso deve vê-la referendada. Uma vez que o Referendo foi proibido pelo Constitucional, Artur Mas decidiu manter a consulta a realizar dia 9 de Novembro de 2014, mas agora, o Governo liderado pelo escandaloso Rajoy quer impedir até essa consulta. Isto é um ultraje! Políticos deste calibre merecem apenas ser fu

Ida ao Psicólogo

N.V. - Eu senti a minha cabeça falhar demasiadas vezes para alguma vez poder pensar que há uma saída... B. - Como é que a sentiste falhar? Porquê? N.V. - Penso descontroladamente numa coisa, uma ideia fixa que eu já não quero ter, mas que acaba sempre por voltar, invariavelmente. Foi-me dito para esquecer, para ultrapassar, para resistir à dor, mas isso não me foi possível...a ideia regressa, e até em sonhos a vejo representada, encenada por artistas dementes que me controlam as profundezas do cérebro. Fui vencido por eles, eles controlam a minha vida e os meus ideais, porque os sonhos são uma coisa incontrolável, um lugar onde a nossa alma se exprime, onde pensamos naquelas coisas intensas, onde estamos verdadeiramente com nós mesmos e com as nossas ideias e os nossos desejos. Os problemas mal resolvidos são passaportes seguros para uma tristeza que está sempre a chegar. A vida é linda, o amor é breve e a tristeza é imensa, principalmente por eu estar sempre a recordar o irresolúvel

Gosto (XIX)

Gosto muito da palavra ainda. É a palavra mais curta e precisa para a esperança. " Ainda não sei, mas vou tomar uma decisão (tudo em aberto para qualquer que que seja o caminho), ainda vais perceber (quando se deseja fazer ver alguma coisa a alguém, mas isso ainda não é possível), ainda nos vamos encontrar (num futuro próximo, quem sabe, e resolveremos todos os nossos problemas), ainda dançaremos felizes sob um céu estrelado, ainda há tempo..."Mesmo em termos sonoros é uma palavra muito bonita, principalmente quando quem a diz carrega no i, dizendo aiiinda; muito mais bonita que a versão espanhol aún.

Enlouqueci (I)

Alguém chapinhava no lago que se formou feito de suor sob o queixo daquele homem. Ele mexia-se e coçava impiedosamente com as longas unhas até se formarem aqueles riscos vermelhos que desaparecem passado pouco tempo, mas aqueles, continuamente esfregados, formaram rios de sangue que se foram tornando mais grossos à medida que ele passava e repassava a unha agora carmim para encontrar as entidades que chapinhavam por ali. Elas montaram um barco e vogaram rio abaixo pelo corpo até encontrarem um mar em que desaguasse aquele sangue, que, uma vez que já era salgado, se tornou o sólido alimento da loucura.

O que querem alguns olhos

uma nova foto não ampliável neste mar de imagens é a única notável o sonho do corpo móvel nutre a beleza daquele estável E os olhos que não se olham são almas sem se ver Nadir Veld

Não Gosto (XXIII)

Não gosto da palavra "engatar", nem daquilo a que ela se refere. A sedução é uma arte, ser capaz de cativar outra pessoa para a fazer ver o nosso encanto, é algo muito difícil, mas essencial para conseguirmos arrastar alguém para viver connosco as mais importantes emoções. ARRASTAR. A palavra francesa, draguer  significa o mesmo, mas é bem mais bonita, até porque se refere a arrastar alguém...soa muito melhor que engatar, que me parece uma palavra impositiva e até machista, ainda que as gajas também engatem homens...Engatar parece que é forçar alguém a fazer uma coisa que nunca quereria e no amor isso não pode ser assim, tem de haver reciprocidade inicial de ambos, acho eu, mas também não percebo muito deste tema...Engatar também é uma palavra que parece referir-se a peças mecânicas desmontáveis que compõem sistemas de pregos em mola que vão batendo uns nos outros para conseguirem um objectivo que é, no fundo, essa grande merda mecânica.