Aqueles que Voluntariamente Enfrentaram a Morte
Poema para os estudantes do Meco
Aqueles que
voluntariamente enfrentaram a morte
Cegados por uma lei que
é letra morta
Levados numa onda de má
sorte,
Obedecendo escalonados
a uma hierarquia torta,
Caminham, agora em
conjunto
Inseparáveis pela
estupidez do assunto
Torturados no outro
lado
No Reino Eterno da
Morte
Surdos, obedeceram às
leis impostas
Pelos homens com que se
cruzavam.
Aceitavam todas as
humilhações propostas,
Esperançosos em mais
tarde serem os Humilhadores Maiores
Para um dia perpetrarem
torturas piores
Subindo os ritmos de
uma lei que não existe
Acenando baixos a quem
em tal insiste
Equivocados na sua
percepção
Do Reino Real dos Vivos
Aqueles que rastejam a
continuidade sem a questionar
Unidos, golpeiam o
silêncio com lamentos
Na planície do outro
Reino em que os deixei penando
Ansiosos por se
libertarem do suplício em que estão andando
A Verdade, vinda da
Terra,
Do Reino Entretido dos
Vivos,
Não os aliviará das
aflições
Porque por cada centena
de revelações
Nenhuma atravessa a
fronteira intransponível que ergui
Carburando apenas na
alma dos animados,
Exultantes com casos
delirantes,
Turbilhões de emoções
No Reino Ridículo da
Sensação
Catapultando a história
de um crime sem criminoso
Para o Debate Diário
Nacional
No Reino de Mentiras
dos Vivos
Apenas uma velha fábula
de sete indomáveis palermas
Que como os soldados
teleguiados enfrentaram em vão o frio
Por no espírito
sentirem só vazio
Aqueles que muito
servilmente me ofereceram as vidas
Para que a ceifasse
facilmente atrofiando-lhes os pulmões com torrentes de água,
Lhes abafasse o grito
de terror com a tormenta do inesperado
Lhes sufocasse os olhos
com o susto gelado do Oceano,
Desapareceram
desordenados, puxados pelo meu ímpeto alegre
Para o Reino Inequívoco
da Morte
Mas o mistério continua
por desvendar
No Reino Arriscado dos
Vivos
Alvos Millar, a estrela da morte, poema ainda inacabado
Gosto do seu poema...conseguiu alcançar a profundeza da essência do ser... Lamento que a maioria não consiga alcançar tal raciocínio...porque por causa da ignorância que é incutida em jovens ...ao acharem que não se deve valorizar os verdadeiros valores da essência de um ser ...Atribuindo conceitos e valores descoordenados e distorcidos aos jovens...e no fim são vitimados...
ResponderEliminar"Caro amigo,
ResponderEliminarLi agora mesmo o seu poema, conforme solicitado.
Pontuações à parte, pois para mim o ritmo do texto é responsabilidade exclusiva do autor, e, como tal, passível de ser respeitada, tenho a dizer que apreciei o seu trabalho. Denso, forte e cru, conforme convém ao tema retratado. As palavras são acessíveis, mas bem escolhidas. Em suma, transmite tudo aquilo que pretende dizer sem problemas de maior, com clareza e fluidez. O facto de ser longo, sem tocar a fronteira da 'verborreia' aleatória, e não possuir espaço entre versos, contribui visualmente para o reforço da ideia: a densidade, uma certa acidez, um tom quase confessional e crítico. Gostei.
Um abraço e boas inspirações."
Do amigo poeta Pedro Belo Clara. Muito Obrigado a ele e à Isilda!