Bigger than Life (Nicholas Ray, 1956)

Este filme de Nicholas Ray dá-nos a conhecer uma personagem que fica doente e à qual é receitado um medicamento que lhe perturbará a paz interior, deixando-o em constantes delírios psicóticos incapaz de lidar até com a sua família, Eu também senti várias vezes medos semelhantes, ainda que não tenha estado tempo suficiente com uma mulher para termos um filho tão velho como o de Ed. O consumo da droga torna-o viciado e demente, começa a dizer coisas sem sentido e ameaça até assassinar o seu próprio filho, como oferenda a Deus para o salvar dos problemas do mundo. O medo que me acontecesse algo semelhante foi uma das principais razões pelas quais fugi de todas as minhas famílias...Uma imagem recorrente, que me persegue em sonhos demenciais, sou eu, sem o mínimo coontrolo sobre mim e sobre os meus actos, a erguer uma gigantesca pedra contra uma indefesa criança...não consigo controlar-me e....e a pedra cai...eu nunca fiz mal a ninguém indefeso e que não o merecesse, em toda a minha vida, mas esse é um dos sonhos que me enche da mesma angústia que o brilhante actor James Mason expressa na foto. O espelho está partido, e através desse espelho vemos o protagonista perdido num labirinto de cacos que jamais poderá reconstruir, porque as coisas são ditas, os actos são consumados e é isso que faz o mundo acabar, por muito que um falso happy endings nos faça sorrir...aquele abraço gigantesco nada mais é que o monstro a regressar não só à vida familiar, mas também à opressão exercida sobre os seus familiares e acima de tudo isso....