Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (27 de Outubro de 2015) P
Estou a insistir no frio enquanto penso que nada
partilho...Eu próprio embrenhado em negócios esgotantes que até me impedem de
escrever...Vou deixar a Catalunha hoje, repete-se o que aconteceu em Fuzeta há
uns anos. Para mim...acabou...sim...esta vida de contrafacção e temores
policiais...bom...não foi mau de todo e deu-me vontade...sim...mas mais
tarde...agora vou descansar, tirar umas merecidas férias e movimentar-me-ei com
determinada resolução...depois de passar um tempo...até eu...demasiado velho
para...demasiado velho para...NÃO...ainda sei como viver...não posso insistir
nesta comiseração que me é alheia...que me foi transmitida por más vibrações
que eu próprio vibrei para a atmosfera a meu redor...como se fosse
putrefacta...sim...a minha sombra putrefacta...aquele Nadir, sempre a
consumir-se como num inferno, martírio em chamas eternas, sem o corpo morrer,
imaginem! Sem o corpo morrer...a pele queimando dolorosamente, os ossos
carbonizados, desfeitos em pó negro, dentro do corpo que não sucumbia, carne
assando que não morria, enorme nuvem de fumo que subia...SIM...imaginem...e ter
uma sombra destas é terrível...faz mesmo trevas na claridade pura...e o brilho
desvanece...o brilho desvanece...até que se paga...como se tivesse sido um
sonho vivido dentro de mil pessoas que não existem...então...como
subitamente...entre os dois mundos nasceu o homem que quero salvar...o
incrédulo...mas o real...aquele que está lá entre as duas partes do céu imenso,
vivendo...ou tentando...nesse...nesse mundo cruel cujo nome...cujo nome não
interessa...Almid Zulmir...sim...o homem do meio...o equilibrado...só ele pode
ter a verdade e ser feliz por qualquer um de nós (eu e esse Nadir)...Vou com
este homem novo formando-se na consciência ou na imaginação guardado na bagagem
com as histórias de Andorra. Ele olha para mim, do outro lado do banco...já lá
está sentado...vamos então os dois...à aventura...
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