Comiseração (XVI)

Acordo todos os dias a arder e, se volto a adormecer, tenho os sonhos mais terríveis, recheados de imagens que não ousaria imaginar, histórias cuja decadência nem a minha alma torturada seria capaz de construir de forma consciente para me fazer sofrer. Ensopado na minha demência, grito palavras incoerentes involuntariamente e tento interpretá-las, falhando sempre. Assustam-me essas frases incompreensíveis, esses delírios da minha cabeça destruída.

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