Lembra-me um longo martírio

Lembro-me de um longo martírio num prédio só de escadas concebido
Um delírio oblongo num lugar sem qualquer sentido
Lamentando subindo e descendo um nada que me foi concedido
Sonhando rostos maus
Naqueles amplos degraus
Que escalavam por pisos sem portas
Trepando as paredes com almas mortas
Sem janelas para as ruas tortas
Havia uma luz na escuridão
Vinda de foco nenhum na podridão
Aparecida do nada era só iluminação
Que caía devagarinho no tédio e no delírio das carpetes de sangue embebido
Lembro-me de um longo martírio num prédio só de escadas concebido

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