Miríades de sonhos (2)

Passo as mãos pela minha cabeça, por cima do cabelo, apalpo a nuca. Como podem ideias tão doentias formar-se por baixo destes ossos? Fecho os olhos e sinto toda a sensação na parte de cima do meu corpo. Convulsões eléctricas vibram a minha consciência e preciso de agitar a cabeça. Oiço todo o armamento do mundo a ser rebentado na lua. Bombas atómicas arrasam a superfície branca desértica já esburacada. Na lua não há atmosfera, não há som, então só oiço silêncio? Vivemos na era do cérebro, os sentimentos deixaram de palpitar no coração. Oh Deus, se eu conhecesse menos palavras sofreria muito menos.

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