Paris, Sexta feira Treze + Os Diários Lunáticos de Zenit Saphyr (14 de Novembro de 2015)

No céu notícia do inferno
O número cem
Na raiz do mal
Terráqueos disformes no coração vital
Numa capital do mal
A surpresa é o final para o medo total
A morte, o ódio fatal
Congelados nos olhos no instante fulcral
Em que gravamos os rostos que amamos ou odiamos.
Se somos todos loucos ou sãos devíamos percebê-lo com um sinal

Já pensei que ninguém quer acabar com o Daesh...não sei porquê, mas os políticos preferem que vivamos com medo...é terrível...acordem...Destraum o Daesh com todas as vossas forças, tropas unidas, nações unidas....!Que mais podemos fazer a não ser pensar em destruir os centros do ódio? os lugares vitai...aquela fonte de palavras...só pena...só sangue e medo neste mundo louco...olha o que se passa, olha o que acabou e então, de novo o fluxo em que vais leva-te para lá de ti próprio, no barco desgovernado da tua vida,,,pois sim, mas Paris? Eu fui morto com todos os que morreram nesse dia, não só em França, mas um pouco por todo o mundo eu morri até em camas de hospitais com redes mosquiteiros rasgadas e eles a entrarem e a saírem com o meu sangue para o levarem para outros corpos quais mini-vampiros feitos de fino pó e asas frágeis, mas também entre os que tombam na Síria e na Colômbia por motivos diversos...Morri com cada pessoa que morre e guardei a sua mensagem mesmo que fossesó o mudo olhar de um homem factualmente mudo que, lá está morreu mudo e sem ser ouvido, assim como todos os outros cães...e morri também com alguns homens do passado quando a causa da sua morte se me revelou uma surpresa...morri ainda assim poucas vezes para saber o que é morrer, conseguir ver e viver essa luz além...viver a experiência de estar morto, sim é uma contradição, mais uma...e é assim, o mundo são duas coisas, uma contra a outra e levantam as mãos assassinas com sombras tenebrosas que se erguem no silêncio do passado e do futuro, nunca ameaçadoras, mas simplesmente presentes como...sim um pequeno fantasma, mais um para a colecção do homem que procura ver o máximo de sangue na calçada para dele fabricar as histórias da fábrica da sua consciência que lhe permitem viver alegremente mais um triste dia, sim, inventavam histórias para se fazerem viver algo que não era vívido...eram loucos à procura de uma essência que na verdade pode não ter estado assim tão longe, passou-se mesmo e exerceu certos efeitos sob o... consciente ou o ...inconsciente,,,agora não sei,,,ambos estão desligados, admito-o e a minha língua é só uma variação da poesia, porque os dicionários já não conseguem ser mapas para descrever este estado de...espírito...podemos chamar-lhe espírito??? Ponho as minhas dúvidas...essa coisa que se esconde só...ah e a fome, ás vezes! Tenho tido tanta fome que deixo de existir na minha cabeça e passo a existir literalmente na minha barriga lacrimejante, naquele vazio gritante,,,é ali que fica todo o meu ser quando fico mais de um dia sem comer, é horrível, nunca o façam, amigos, meus, por favor, peço-vos, conheço tudo menos a minha própria vida, mas sei que vou ver uma sombra num quintal de pedra...sim, disseram-me isso duas vezes...é comum nas gentes da Polónia...ou da Estónia...será Vitânia? sim, talvez, melancolia pelas capitais que não existem nesses mapas que já não têm estradas para os nossos sonhos tão caros e um olhar de miséria...eu juro encontrar de novo esse pensamento tão belo enquanto me perco na anti-linguagem do meu vento a bater nas folhas das árvores do mar de onde vem uma interessante brisa dourada ou sagrada e ambas, talvez....é o nevoeiro dos deuses que cobre toda a terra,,,onde os súbitos olhares não matam ninguém...lugares onde a nossa paz não chega...ninguém guardou então uma ideia sobre o que eu acho sobre Paris? O meu problema é que eu não sei achar porque sou demasiado leve com todas as coisas, não quero tomar posição e as coisas morrem-me na mão....ahahaha fiz mais uma rima perturbada, uma mentira bem inventada, em bom papel involucrada de ...olha esqueci-me do que era, foi para trás e não, deu, enganei-me a escrever e voltei atrás, outro pensamento, então mais rápido que o anterior, mais forte, mais intenso...talvez, um escritor que decide morrer a escrever, todas as suas forças a desvanecer para as suas últimas palavras, ele sabe que vai morrer e escreve a um ritmo desenfreado até à morte, como os lindos comboios em chamas que caem em rios nos desertos, realmente, desertos, só com calhaus, espalhados na paisagem belamente fotografada em Cinemascope por estes lindos homens que tudo criaram até criadores que gritam como aves moribundas e vão todos morrer ao pé do mar com uma luz que os chama, amantes tristes que beijarão sem medo as estátuas dos ancestrais amados no inferno ou no céu, no lugar em que o que sofremos e vivemos nos vem repetido no circuito eterno, ou lá como se diz, o eterno retorno, sempre em voltas, o mesmo círculo então, percorrêmo-lo até ao fim e escondemos a nossa loucura, sem sequer pensar como se escrevem as palavras,,,e eu queria falar de Paris, quando soube, 80 mortos, quis sair de casa para não ficar a ver as notícias, não ia aguentar aquele delírio...agora os terroristas deram-nos este domingo para pensarmos e para termos medo...sim, medo de um lunático com armas, e nó só queremos paz, no Exército Universal de Luta pela Liberdade,,,juntem-se ao apelo da guerra ao DAESH! Vamos matar esses cabrões todos!

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